A cidade do Rio Grande tem hoje nove internações por influenza, sendo que um dos casos é mais grave e encontra-se internado na UTI. Até o momento, foi registrado um óbito, a exemplo do ano passado. “Solicitamos ao Estado a ampliação de 10 leitos de suporte respiratório de retaguarda para síndrome respiratória aguda grave (leitos de UTI) para a Santa Casa”. Segundo a secretária de Saúde do Município, Zelionara Branco, em comparação com cidades do mesmo porte, “temos um indicador semelhante, esperado para o período”. E, até o momento, diz a secretária, observa-se elevação de casos dentro da média de demanda por infecções relacionadas à assistência à saúde e inclui as infecções hospitalares, sendo que estas infecções podem ocorrer não apenas em hospitais, mas em qualquer serviço de saúde.
Zelionara ressalta que as influenzas não têm sistema de notificação, como acontece com a Covid. O Estado possui unidades sentinelas para fazer esse monitoramento das ocorrências. “Os casos registrados são os de internação por síndrome respiratória aguda grave”. Ela acrescentou ainda que os hospitais estão habilitados para esse atendimento. A transmissão, conforme a secretária, se dá de pessoa a pessoa por via aérea. Transmissão de gotículas aéreas, contato com mucosas.
Painel da SES
Rio Grande
2023
13 hospitalizações
4 em UTI
1 óbito por influenza
2024 ( até 16/7)
9 internações
1 em UTi
1 óbito
A gripe do momento
Todos os anos, a população sofre com epidemias e os sintomas de gripe. A gripe do momento é a H3N2, que provocou surtos infecciosos nos Estados Unidos e avançou pelas Américas entre 2021, 2022 e 2023. O vírus H3N2 é uma variante do vírus Influenza A, que é um dos principais responsáveis pela gripe comum e pelos resfriados, sendo facilmente transmitido entre pessoas por meio de gotículas liberadas no ar quando a pessoa gripada tosse ou espirra. O H3N2 chegou no Brasil em 2022, e continuou provocando a maioria das infecções sazonais no ano seguinte. Vale ressaltar que, apesar de ser comum o apelido de nova gripe, a H3N2 não é nenhuma novidade. Nos últimos anos, a cepa H3N2 Darwin foi a subvariante de maior destaque. 4
Como surgiu a gripe H3N2?
A gripe H3N2 Darwin foi descoberta na Austrália, em 2021, rapidamente avançando pelo mundo. Essa epidemia recente é interessante, pois acredita-se que ela tenha sido favorecida em parte pela pandemia de covid-19. Isso porque, em 2020, com o início das restrições para conter o coronavírus, o contágio e os casos de Influenza diminuíram. Com a baixa circulação do vírus, a presença de anticorpos preparados para a nova cepa também caiu. Assim, logo houve um surto da gripe A H3N2, que chegou no Brasil em 2022, e continuou provocando a maior parte das infecções sazonais no ano seguinte.
Vale ressaltar que, apesar de ser comum o apelido de nova gripe, a H3N2 não é nenhuma novidade. O primeiro registro da cepa foi feito nos anos de 1960. O surto de 2021 trouxe apenas uma mutação genética do vírus, recebendo o complemento Darwin para identificar a nova sequência.
Qual é a diferença entre H1N1 e H3N2
Não há muita diferença entre a H1N1 e H3N2. Ambas são variantes da gripe A. A gripe H1N1 5 foi responsável pela epidemia de 2009, quando infectou muitos porcos criados para o abate, recebendo o nome popular de gripe suína. Estudos sugerem que a H3N2 tem sintomas mais intensos que a H1N1 e demais cepas, mas não é possível afirmar com certeza. Cada organismo reage de uma forma específica ao vírus, sem falar que pessoas com imunidade alta tendem a desenvolver um quadro mais leve do que outras com o sistema imune enfraquecido. Assim como pacientes com comorbidades apresentam mais risco de complicações graves do que indivíduos saudáveis. 1
Quais os sintomas da nova gripe H3N2?
- febre alta, com início repentino;
- dor de cabeça;
- fraqueza e indisposição;
- rinorreia (nariz escorrendo);
- congestão nasal;
- tosse;
- inflamação de garganta;
- calafrios;
- fadiga muscular;
- mal-estar no corpo;
- espirros;
- irritação nos olhos.
Em quadros mais graves, também pode haver náusea e vômito. Isso é mais comum em pessoas dos grupos de risco, como gestantes, lactantes, crianças pequenas, idosos e pacientes com doenças crônicas e imunossupressoras. De modo geral, não há variação significativa no quadro sintomático a ponto da gripe H3N2 causar mais preocupação do que outras cepas, nem poder ser diagnosticada apenas observando as queixas do paciente.
Os sintomas da nova gripe até podem, em determinadas situações, serem mais fortes do que outras cepas, mas é uma característica subjetiva, que depende do estado de saúde e do sistema imunológico de cada paciente.