Ação mobilizou 190 policiais federais para a execução de 66 ordens judiciais e bloqueio de até 82 milhões de reais em bens
Chuí – A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (17), a Operação Vagus, para combater complexa rede criminosa de abrangência internacional responsável por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e organização criminosa. No Rio Grande do Sul, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Bagé (2), no Chuí (14) e em Aceguá (2). A investigação se concentra em cinco núcleos autônomos que teriam movimentado ao longo de dois anos mais de R$ 82 milhões de origem ilícita, em grande parte, provenientes de câmbio ilegal e tráfico de drogas, valor este que a Justiça federal já determinou o bloqueio.
A ação, que envolve 190 policiais federais e tem o apoio da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD), executa 34 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, além de outras medidas cautelares nas três cidades gaúchas, nas cidades de Curitiba/PR, São José dos Pinhais/PR, São Paulo/SP, São Caetano do Sul/SP, Natal/RN e Ponta Porã/MS.
O esquema de lavagem de dinheiro de amplitude internacional envolve bancos paralelos que se utilizam de pessoas físicas e jurídicas para movimentação de recursos de origem ilícita, direcionando depósitos e transferências bancárias para terceiros utilizados como laranjas e para comércios, principalmente supermercados, sediados em regiões de fronteira do Brasil. Posteriormente, os recursos são evadidos para casas de câmbio no exterior e permanecem à disposição das organizações criminosas.
A Operação Vagus é um desdobramento da Operação Operador Fenício II, deflagrada em novembro de 2022, que investigou crimes financeiros perpetrados na região fronteiriça entre Brasil e Uruguai. Naquela ocasião, voltou-se o foco para empresa localizada no Chuí/RS, suspeita de receber grandes quantias de dinheiro de origem ilícita, com fortes indícios de envolvimento em lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Mesmo depois de realizadas ações policiais, as atividades ilícitas persistiram, o que resultou na identificação de novos atores e núcleos componentes de uma rede criminosa internacional voltada para a lavagem de ativos ilícitos provenientes de diversos crimes.
O nome Vagus, que em latim significa “errante”, faz alusão ao comportamento de um dos investigados que, segundo a apuração, realizava frequentes deslocamentos pelo Brasil para fazer depósitos em espécie diretamente em agências bancárias.
Quadro resumo das medidas judiciais em execução hoje:
Prisões Preventivas: 06
Prisões Temporárias: 04
Medidas Cautelares diversas da prisão: 12
Medidas de Busca e Apreensão: 34
– 7 em Curitiba/PR;
– 1 em São José dos Pinhais/PR;
– 3 em São Caetano do Sul/SP;
– 1 em São Paulo/SP;
– 3 em Natal/RN;
– 1 em Ponta Porã/MS;
– 14 no Chuí/RS;
– 2 em Bagé/RS; e
– 2 em Aceguá/RS.