A ferramenta fornece todas as informações sobre a legislação brasileira, os documentos necessários e até protocolos psicológicos. Foto:MPRS

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) lançou nesta sexta-feira, 4 de outubro, uma assistente virtual que usa inteligência artificial para facilitar os processos de adoção de crianças e adolescentes.

Chamada Ágape, que significa “amor universal” em grego, a assistente virtual responde perguntas por meio de texto para quem está interessado em adotar ou já está habilitado à adoção, mas tem dúvidas e receios sobre o processo. A ferramenta fornece todas as informações sobre a legislação brasileira, os documentos necessários e até protocolos psicológicos para ajudar famílias nos processos de adoção.

A plataforma foi desenvolvida pela empresa WideLabs, em parceria com o Ministério Público do Rio Grande do Sul e a ELO, Organização de Apoio à Adoção e Assistência Social, que deram suporte sobre as informações que alimentam o programa.

O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, participou do lançamento da Ágape e destacou que o MPRS está firmando parcerias para o desenvolvimento de ferramentas que garantam que a instituição faça o que tem que fazer: atender bem a sociedade gaúcha. “Então, já temos ferramentas que auxiliam a atuação nos processos e, agora, estamos também buscando ferramentas que nos ajudam a atuar nos fluxos. Essa da adoção é uma delas, porque ela facilita o caminho entre quem quer adotar e quem precisa ser adotado”, salientou.

Já o subprocurador-geral de Gestão Estratégica, João Cláudio Pizzato Sidou, ressaltou que o MPRS está desenvolvendo um conjunto de soluções baseadas em IA e a Ágape é uma das entregas, neste caso de um robô voltado para o atendimento do público externo, e visa melhorar a interação com o cidadão e com toda a sociedade gaúcha.

A promotora de Justiça da Infância e da Juventude de Porto Alegre Cinara Vianna Dutra Braga disse que a ferramenta “vai auxiliar pessoas que pretendem adotar ou as que já adotaram e têm dúvidas. Muitas vezes, essas pessoas têm vergonha ou receio de perguntar aos técnicos da área. E a assistente virtual, que pode ser acessada a qualquer momento, vai diminuir a ansiedade dos habilitados à adoção, facilitando a formação das famílias, evitando adoções frustradas, situações em que crianças acabam sendo devolvidas aos abrigos”.

No Rio Grande do Sul, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), existem aproximadamente 400 crianças em instituições à espera da chance de encontrar uma nova família e a expectativa é que a Ágape ajude a reduzir esse número.