Rio Grande – Sete jurados, cinco mulheres e dois homens irão decidir o destino de Anderson Fernandes Lemos, o Pico, acusado de tentativa de homicídio de seis policiais civis, em julgamento que iniciou na manhã desta terça-feira (15). A princípio, o julgamento deve encerrar amanhã, quarta-feira (16). O julgamento, marcado inicialmente para as 9h30min, iniciou às 10h28min, quando o juiz Bruno Barcelos Almeida abriu a sessão. A sala do Tribunal do Júri estava lotada de policiais civis.
A primeira testemunha a ser ouvida foi Pamela Dutra Costa, uma das policiais que estava cumprindo o mandado de busca e apreensão, para a residência do réu, na rua do Quartel, na Querência, no Balneário Cassino, no dia 1 de abril de 2022. Embora não tenha sido atingida por nenhum disparo, ela foi vítima de tentativa, pois fazia parte da operação policial desencadeada naquele dia, pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), de Rio Grande.
O testemunho de Pamela foi presencial. “Não tem como esquecer aquele dia, pois poderíamos ter morrido. Fomos até a residência do réu, entramos gritando ‘polícia Pico, polícia’ e quando estávamos no pátio, sem nenhum lugar para nos proteger, iniciaram os disparos”, disse a vítima. Depois de seis disparos, o réu abriu a porta e apareceu. “Estávamos algemando ele quando vimos que havia uma policial no chão. Era a Laline que havia sido baleada na cabeça. Foi desesperador” ressaltou em resposta ao promotor Márcio Schlee, sobre o que havia acontecido naquele dia. Ela salientou ainda que Pico é extremamente violento e perigoso, com antecedentes por tráfico e até homicídio.
O testemunho mais aguardado foi o de Laline Almeida, a policial atingida por um tiro na cabeça, que foi emocionante, principalmente em relação ao seu papel de mãe, anterior ao tiro e após, e foi mediante videoconferência. Ela contou sobre a perda de memória recente, e sobre a falta de sentimento para com familiares, especialmente sua filha, sequela do tiro. Ela disse não recordar muito bem do que aconteceu e contou que fez quatro cirurgias, ficando na UTI por 40 dias. “Hoje estou sem sentimentos, nem em relação a minha filha, com 3 anos na época. Disse ainda, respondendo ao promotor Schlee, que faz uso de medicamentos até hoje. A perda de afetividade foi um dos motivos para tomada de decisões. Hoje voltou a ativa, porém na parte administrativa. “Fui alvejada, fui socorrida e a minha sorte foi o helicóptero estar no local”, observou.
O caso
No dia 1 de abril de 2021, ao cumprir mandado de busca e apreensão, no bairro Querência, em uma operação da Draco, seis policiais cumpriam mandado de busca e apreensão, quando foram alvos de disparo de uma pistola de calibre 40, restrita, apenas de uso policial e que estava no poder de Anderson Fernandes Lemos, o Pico. A policial Laline foi atingida na cabeça, levada de helicóptero e sofreu quatro cirurgias. Os demais não foram atingidos.
A defesa não perguntou nada a nenhuma das testemunhas.
O julgamento continua na parte da tarde e também amanhã.
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