Um homem acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que agiu junto com um comparsa, foi condenado pelo Tribunal do Júri de Canoas, a 49 anos e oito meses de prisão por três homicídios qualificados e três ocultações de cadáver. O cumprimento inicial da pena é em regime fechado. O outro réu recebeu uma pena de quatro anos de reclusão por envolvimento em apenas um dos casos – lesão corporal seguida de morte – e, desta forma, poderá recorrer em liberdade. No entanto, os dois estiveram presos preventivamente durante o processo.
Os três corpos foram encontrados após escavações e uso de cães farejadores, entre novembro e dezembro de 2019, em uma área de matagal na Avenida Guilherme Schell. O réu que recebeu a maior pena era caseiro de um imóvel no município e, conforme a denúncia do MPRS, ele e o outro condenado acreditavam que uma das vítimas teria subtraído do local um botijão de gás e outros bens de pequeno valor. A vítima Leila dos Santos Miguel, 35 anos, era colega de trabalho do caseiro. Em relação a ela, o homicídio foi praticado por motivo fútil, com emprego de recurso que dificultou a defesa e meio cruel.
A segunda vítima, Gilmar Pedro Rodrigues de Oliveira, 29 anos, que era sobrinho do caseiro, foi morta porque teria ameaçado revelar o assassinato de Leila à polícia. O homicídio dele foi praticado por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa e meio cruel. A terceira vítima foi identificada como Marcelo Gomes Franceschina, 25 anos, e foi morta pelo acusado com emprego de meio cruel após discussão entre eles, por motivos não esclarecidos. O promotor de Justiça Rafael Russomanno Gonçalves atuou em plenário pelo MPRS.
“Em relação ao caseiro, os jurados acolheram integralmente a versão da acusação, reconhecendo a autoria dos homicídios e as qualificadoras sustentadas. Além disso, os jurados reconheceram que todos os crimes foram praticados por meio cruel, ante a violência e brutalidade das agressões que causaram a morte das vítimas, sempre com repetidos golpes de instrumento contundente, como pauladas e barra de ferro. Após os homicídios, o caseiro ateava fogo nos corpos e os escondia no terreno, que era de grandes dimensões e com áreas de matagal. Os corpos das duas primeiras vítimas, mortas em abril de 2018, ficaram mais de um ano ocultos, até que a irmã da terceira vítima procurou a polícia e forneceu a linha investigativa que culminou no encontro dos três cadáveres e na prisão dos suspeitos”, destacou o promotor.