Nego Di foi preso no domingo, na praia de Jurerê, em SC. Foto: redes sociis

A prisão do  humorista  e influencer digital, Dilson Alves da Silva Neto, ou Nego Di como é conhecido nas redes sociais, ontem, domingo, através de uma ação policiail denominada “Operação 300+”, pegou milhares de pessoas de surpresa. Com mais de 12 milhões de seguidores no Instagram, ele teve sua página bloqueda pela Justiça, ainda na sexta-feira, dia 12 de julho. Nosso site publicou matéria ontem, que ode ser lido no link a seguir:  https://radarsul.com/nego-di-e-preso-por-denuncia-de-suspeita-de-estelionato/

Nesta matéria, o site traz atualização da prisão, como se deu, e todo o processo de investigação policial. A prisão decorre de Inquérito Policial instaurado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul que apura 370 crimes de estelionato. A polícia informou que foram analisados inúmeros documentos, cerca de 73 vídeos, 370 ocorrências e seus anexos, centenas de laudos de dados bancários, ao longo de 12 meses. A polícia representou pela decretação da prisão preventiva de nego Di e seu sócio Anderson Bonetti, em 2023, sendo estas deferidas pelo Poder Judiciário na última sexta-feira (12).

Nego Di, conforme o inquérito, no final de 2021/início de 2022, conheceu Anderson Bonetti,  expert na área cibernética, o qual também é investigado e, naquela época, já era réu em ação penal proposta pelo GAECO/MPRS, a qual pretendia sua condenação pela participação em organização criminosa que realizou sofisticado furto qualificado de, virtualmente, R$ 30 milhões (trinta milhões de reais) da conta bancária de uma empresa.

Ainda conforme o inquérito, os dois passaram a articular negócios como sócios. Dentre as articulações, ressalta-se que uma página de vendas de produtos foi criada, associada à imagem do influenciador, tendo como a proposta de associados mensalistas terem acessos a descontos na loja.

O projeto não deu certo e Bonetti criou uma loja virtual, associada à imagem de Nego Di, na qual seriam vendidos condicionadores de ar, celulares e televisores, com a proposta de preços muito abaixo dos praticados pelo mercado. A loja começa a operar em 18 de março de 2022, alcançando milhões de pessoas. De acordo com informações policiais, desde sua criação até o congelamento da página, por determinação judicial expedida em 26 de julho de 2022, foram comprovadamente lesadas, no mínimo, 370 vítimas, tendo obtido espúria receita total, no período, de mais de R$ 5 milhões, causando prejuízo àquelas vítimas, que oficialmente registraram boletins de ocorrência, na monta de mais de R$ 330 mil.

Destaca-se que das 370 vítimas, incluindo as que não desejaram representar criminalmente (sete delas), além de um reduzido número de vítimas reembolsadas, todas têm a mesma narrativa acerca dos fatos: ao saberem que o o influenciador estava divulgando uma loja virtual, associando-a ao seu conhecido personagem, confiaram e efetivaram compras no site. Os bens por elas adquiridos jamais foram entregues, causando-lhes prejuízo financeiro.

Conforme a investigação,  Bonetti seria responsável pela organização e estruturação da loja virtual, realizando a venda de produtos que não possuíam em estoque. Atuava em todas as frentes da empresa, sempre em contato com as vítimas, protelando as entregas que, contudo, sabia que jamais ocorreriam. Ademais, teria realizado pessoalmente todas as movimentações financeiras da empresa a partir de diversas contas bancárias, tendo, para tanto, utilizado como instrumentos para cadastramentos, logins, senhas, uso em geral, seus enteados. Em diversas tentativas de intimação, ele nunca foi encontrado,

Nego Di, a partir de sua imagem pública, deu credibilidade à empresa. Conforme análise de diversos vídeos, Nego Di afirmava que a loja virtual era de sua propriedade, legitimando-a, assim, perante milhões de seguidores. Ele tinha acesso informático ao sistema das vendas, bem como realizava as promoções e divulgações dos produtos. Em seu interrogatório, oportunidade de defesa pessoal e técnica, assim como em manifestações públicas até hoje, ele afirma não ter recebido dinheiro pela divulgação e participação nas vendas da loja virtual. Entretanto, conforme divulgou a polícia, ele teria recebido mais de R$ 300 mil.

A fraude alcançou receita de mais de R$ 5 milhões com a entrada de crédito, , do período dos crimes, na conta da empresa. Contudo, o prejuízo estimado para as vítimas ficou abaixo dos 10% desse valor, sendo aproximadamente R$ 330 mil, uma vez que centenas de vítimas não oficializaram seus prejuízos em sede de ocorrências policiais.

A investigação dá conta das centenas de reclamações em sites de auxílio a consumidores, 171 processos cíveis no Rio Grande do Sul, registros policiais contra o influenciador digital em diversos outros Estados, bem como notícias, de mídia impressa e digital, dando conta de novas vítimas que buscam as forças policiais.