Cerca de 400 agentes cumpriram as ordens judiciais, incluindo cerca de 50 mandados de busca. Foto: Gaeco
Após deflagrar no início da manhã desta sexta-feira, dia 14 de junho, a Operação Contas Abertas, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) contabiliza 26 prisões, 25 veículos e cinco imóveis apreendidos judicialmente, além do bloqueio de 274 contas bancárias. Cerca de 400 agentes cumpriram as ordens judiciais, incluindo cerca de 50 mandados de busca, em Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, São Valentim do Sul, Guaporé e Barros Cassal, além de outros em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.

O objetivo é combater a lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas de uma organização criminosa gaúcha que tem ramificações em várias cidades e também em outros Estados, bem como atacar as finanças dos investigados. Também ocorreu uma revista geral na Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves e cumprimento de mandado judicial na Penitenciária Federal de Campo Grande, onde se encontra o líder do esquema criminoso. Os demais envolvidos, como por exemplo, a companheira deste preso que cumpre pena fora do Estado, traficantes, responsáveis pela contabilidade, lavagem de capitais, entre outros delitos, foram presos. Os suspeitos, além de comprar imóveis e carros, adquiriram até uma cabanha.

COLETIVA

Em entrevista coletiva realizada após o cumprimento dos mandados, o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, ressaltou que os órgãos públicos, assim como o MPRS, têm a “responsabilidade de entregar segurança pública à sociedade gaúcha que tanto quer e tanto espera. Uma região como esta da Serra, que é turística, estava sendo atingida pela ação de uma organização criminosa, com atuação em outras regiões também. Então, é por isso que estivemos nesta sexta-feira realizando uma das maiores operações do ano, junto com demais órgãos, prendendo criminosos e apreendendo bens adquiridos por eles”.

A subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Isabel Guarise Barrios, enfatizou que uma operação bem executada é fruto de planejamento: “esta operação se deve principalmente à organização do promotor de Justiça Manoel Antunes, que cuidou de todos detalhes, tendo informações suficientes para que as buscas, os mandados de prisão e todo o material que fosse recolhido, de fato, estivessem nos locais que ele pretendia fazer os cumprimentos. O planejamento é que foi a base dessa operação”.

Promotor Rogério Caldas durante ação. Foto: MP

Já o coordenador do GAECO no Estado, promotor de Justiça André Dal Molin, disse que a maioria das ações – ao todo, eram 50 alvos – foi em Bento Gonçalves, onde era a base da organização criminosa. “Essa operação é importante porque ela estabelece as metas do GAECO e uma delas, a principal, é o combate aos crimes praticados por organizações criminosas. Também quero destacar que essa investigação do MPRS também obteve êxito em razão da importante parceria estabelecida com a Brigada Militar, a SUSEPE e a Polícia Civil”, destacou André Dal Molin.

O coordenador do 5° Núcleo do GAECO – Serra – e responsável pela investigação, promotor de Justiça Manoel Antunes, ressaltou que a facção controlava um esquema de tráfico, inclusive dentro de casas prisionais, realizando até “rifas” entre apenados, além de negociar em várias cidades armamento como granadas e fuzis. “A operação, sobretudo, coíbe as ações deste grupo que é uma das organizações criminosas mais ativas e violentas na Serra, assim como em todo o Estado. Esta é uma ação para evitar que o crime afete ainda mais pessoas carentes de bairros humildes e que visa ainda identificar e apreender o patrimônio ilícito destes criminosos para que possa ser revertido em prol da sociedade, inclusive para auxiliar na reconstrução do Estado”, ressaltou Manoel Antunes.

DEMAIS APREENSÕES

Durante o cumprimento de ordens judiciais e a revista na penitenciária, foram apreendidos celulares, drogas, estoques, armas, munição, além de dinheiro e carregadores de celular, bem como anotações relativas ao tráfico de drogas e demais documentos. Os materiais, que serão usados como provas, estão sendo contabilizados. A Operação Contas Abertas contou com o apoio da Polícia Civil, Brigada Militar e dos Grupos de Atuação Especial da Polícia Penal e de Intervenção Rápida da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE).

Pelo MPRS, também estiveram presentes o procurador de Justiça Fábio Costa Pereira e os promotores de Justiça Rogério Caldas, Mariana Pires, João Manzano, Letícia Pacheco, Gerson Daiello Moreira, Karina Bussmann, Diego Pessi, Diego Rosito de Vilas, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, Lisiane Rubin, Maristela Schneider, Heitor Stolf Júnior, Raynner Sales e João Beltrame.