Um homem denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foi condenado na quarta-feira (23), em Cachoeirinha, por tentar matar a ex-namorada na frente da filha de três anos da mulher. Também foi condenado pelo furto do celular da vítima. A pena fixada foi de 19 anos e 18 dias de reclusão pelo feminicídio tentado e um ano e dois meses pelo furto.
Conforme a promotora de Justiça Anita Spies da Cunha, que atuou no júri, a vítima teve um relacionamento com o réu por aproximadamente dois meses, mas ele não aceitava o término. No dia 7 de setembro do ano passado, o homem invadiu a casa da vítima, alcoolizado, tomou seu celular e a esfaqueou diversas vezes nas costas, na cabeça e na mão, na frente da filha dela, que estava escondida atrás da cama. Vizinhos escutaram os gritos da vítima e chamaram a Polícia Militar, mas ele conseguiu fugir pelos fundos.
Poucos dias antes, em 1º de setembro, ele já havia esganado a mulher. Ela pediu medidas protetivas de urgência, indeferidas pelo juiz plantonista de Cachoeirinha, sob o argumento de que não passava de uma briga de casal e que a medida protetiva poderia resultar “em nota irreversível a essa família”. A promotora ressalta: “sem a medida protetiva, a vítima ficou desamparada. O crime poderia ter sido evitado, já que o réu ficou bastante tempo em frente à casa antes de invadir. Nesse meio tempo, se houvesse a medida protetiva de urgência, ela poderia ter chamado a Brigada Militar e ele teria sido preso.”