Ministro Silvio Almeida repudiou as acusações. Foto: Reprodução Instagram

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, alvo de denúncias de assédio, reveladas pela organização não governamental Me Too Brasil, foi demitido pelo presidente Lula, que frisou: “assédio não pode coexistir com a democracia, com o respeito aos direitos humanos e sobretudo com o respeito aos subordinados”. Pelo menos quatro casos de assédio sexual foram levados à instituição e ainda 10 casos de assédio moral. Entre as pessoas assediadas estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A Polícia Federal (PF) iniciou ontem, sexta-feira (6) a investigar as denúncias de assédio com abertura de inquérito.

A Me Too Brasil, em nota, afirmou que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro e que tornou o caso público com o consentimento das vítimas. Segundo comunicado, as vítimas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para imprensa”, diz o documento.

Em publicação no Instagram, Anielle afirmou que “não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência”. “Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi”, escreveu.

Por sua vez, Silvio Almeida repudia as acusações. Ele alegou ainda que as denúncias não têm “materialidade” e são baseadas em “ilações”. Afirmando inda que o objetivo das acusações são para lhe “prejudicar” e “bloquear seu futuro”. Em seu Instagram, iniciou dizendo que repudia com veemência as mentiras e falsidades que estão sendo veiculadas. “O único intuito é apagar a minha história e as histórias que eu tento contar com minha vida e minha luta”. Disse ainda que é muito triste viver tudo isso, mas que certamente é um grupo querendo diminuir sua existência”.

O que é Me Too Brasil

Em 2017, o movimento #MeToo invadiu as redes sociais. A atriz norte-americana Alyssa Milano, no dia 15 de outubro daquele ano, incentivou que mulheres vítimas de assédio sexual compartilhassem o abuso no antigo Twitter por meio da hashtag #MeToo (Eu também, na tradução).

Quebrar o silêncio é justamente uma das missões da Me Too Brasil, organização criada em 2020, inspirada na campanha global iniciada em 2017. A advogada Marina Ganzarolli foi a idealizadora do projeto brasileiro.

 

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