Iniciativa é do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias

O Rio Grande do Sul será palco da segunda edição da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. Em Pelotas, a mobilização ocorre no dia 30 de agosto, das 9h às 12h, em frente à 18.ª Delegacia de Polícia Regional, na rua Barros Cassal, 516.

O evento acontecerá entre os dias 26 e 30 de agosto e mobilizará esforços em todas as regiões do Estado para realizar coletas de material biológico e fazer entrevistas com familiares de desaparecidos, consultas e registros de ocorrências. Nesta edição, os mutirões acontecerão em diversas cidades gaúchas, onde equipes do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e da Polícia Civil (PC) do RS estarão à disposição para atender os familiares de pessoas desaparecidas.

A coleta é feita por suabe oral e/ou amostras de sangue, utilizadas apenas com a finalidade de encontrar pessoas desaparecidas. As amostras coletadas serão processadas pelo IGP, e os perfis genéticos gerados serão inseridos no Banco de Perfis Genéticos (BPG) do RS, onde serão comparados com os perfis de corpos já cadastrados.

Atualmente, o banco de dados do Estado conta com material genético de 633 corpos e de 715 famílias, o que demonstra a abrangência e a relevância desse trabalho contínuo.

A importância do Banco de Perfis Genéticos

O Banco de Perfis Genéticos é uma ferramenta essencial para a identificação de pessoas desaparecidas. Por meio da comparação dos perfis genéticos de restos mortais não identificados com os perfis coletados de familiares, é possível trazer respostas para as famílias e contribuir para a solução de casos que, de outra forma, poderiam permanecer sem resolução por anos.

O mutirão, embora seja uma iniciativa concentrada, representa apenas uma parte do esforço contínuo do IGP. O Instituto realiza coletas de material genético ao longo de todo o ano, em todos os postos médico-legais do Estado, o que pode ser feito sempre que há um registro de ocorrência de desaparecimento. Essa atividade de rotina é fundamental para garantir que, a qualquer momento, as famílias possam buscar apoio e colaborar para as investigações.

Como participar da campanha

Para participar da campanha, os familiares de pessoas desaparecidas devem comparecer a um dos mutirões nas cidades indicadas, munidos de documento de identificação.

A coleta de DNA é simples e não invasiva, feita por meio de uma amostra de saliva. Além disso, os familiares podem trazer objetos de uso pessoal do desaparecido, como escovas de dente, pentes ou aparelhos de barbear, que podem ser utilizados para a extração do DNA do próprio desaparecido.

É importante ressaltar que o serviço é gratuito e voluntário, e que o material coletado será utilizado exclusivamente para a identificação de pessoas desaparecidas, conforme previsto na legislação.

Em caso de identificação positiva, seja de uma pessoa viva, seja de uma pessoa morta, a família será imediatamente contatada para os procedimentos legais. O IGP e a PC do RS reforçam a importância da participação de todos os familiares próximos – pai, mãe, filhos e irmãos – nesse esforço coletivo.

A primeira edição e seus resultados no Rio Grande do Sul

A primeira campanha nacional, realizada em 2021, foi um marco importante na busca por desaparecidos. No Rio Grande do Sul, o mutirão realizado naquele ano resultou na coleta de material genético de 190 familiares, o que permitiu a identificação de 14 indivíduos. Esse sucesso inicial evidenciou a importância da utilização de perfis genéticos para a resolução de casos de desaparecimento e, agora, em 2024, o Estado se prepara para ampliar ainda mais esse trabalho.