Conta do influenciador, no Instagram, com 12 milhões de seguidores, foi bloqueada pela Justiça. Foto: Redes sociais

Foi preso preventivamente, na praia de Jurerê Internacional, em Santa Catarina, neste domingo (14), o humorista e influenciador digital, Dilson Alves da Silva Neto, 30 anos, conhecido como Nego Di. Ele foi preso após denúncias indicarem que ele teria participado de um esquema de venda online irregular. Os produtos eram ofertados pela loja virtual Tadizuera, mas nunca foram entregues. O influenciador também é acusado de lavagem de dinheiro por promoção de rifas virtuais.  Outra pessoa, que estaria envolvida, e que seria sócio do influenciados nos supostos golpes, Anderson Bonetti, ainda não foi encontrado, embora esteja com a prisão preventiva decretada, e desta forma, considerado foragido.

A esposa de Nego Di, Gabriela Souza, chegou a ser presa, na sexta-feira (12), durante uma operação do Ministério Público, liberada sob pagamento de fiança de R$14 mil, também em Santa Catarina. Além disso, dois carros de luxo e uma arma de uso restrito das Forças Armadas que estava sem registro foram apreendidos.

O que diz o processo

Nego Di, que ficou conhecido nacionalmente após sua polêmica passagem pelo reality show Big Brother Brasil em 2021, quando foi eliminado do programa com 98,76%, foi alvo de operação do Ministério Público na sexta-feira, dia 12 de julho, mas prisão aconteceu por outra investigação, sobre empresa de propriedade dele que vendeu, mas não entregou, produtos em 2022. Pelo menos 370 clientes foram vítimas de estelionato, número que pode ser maior, conforme explicou a polícia, que realizou entrevista coletiva, presidida pelo chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré, em Porto Alegre.

Durante a entrevista, o delegado Marco Guns, ressaltou que a investigação iniciou a partir de um site criado por Nego Di, de venda de produtos eletrônicos, com preços mais baixos que o normal e este preço atraiu compradores menos favorecidos financeiramente. Inclusive o prazo de entrega chegava a 50 dias, sendo que este nunca foi cumprido e os produtos nunca foram entregues. O delegado afirmou que o golpe foi de aproximadamente R$ 5 milhões. “Foram identificadas diversas vítimas de Canoas como também de fora do estado”, disse o delegado.

A defesa

A defesa de Nego Di, em nota divulgada à imprensa, destacou a importância do princípio constitucional da presunção da inocência, que assegura a todo cidadão o direito de ser considerado inocente até que se prove o contrário.  A defesa pediu ainda que a mídia e o público tivessem cautela na divulgação das informações, “pois qualquer divulgação precipitada pode resultar em uma condenação prévia injusta, prejudicando a honra e a dignidade”.

O perfil no Instagram de Nego Di, foi desativado ainda na sexta-feira, com decisão de bloqueio proferida pela Justiça de Porto Alegre.